O crack em números:
· 370 mil usam a droga
nas capitais
· 80% dos usuários
são homens
· 80% usam droga em
local público
· 80% são não brancos
· 65% fazem 'bicos' para
sobreviver
· 60% são solteiros
· 40% vivem nas ruas
· 40% estão no
Nordeste
· 30% das usuárias
já fizeram sexo para obter a droga
· 10% das usuárias
ouvidas estavam grávidas
· Usuários têm 8
vezes mais HIV
· Tempo médio de uso
é de 8 anos
· 16 é a média de pedras
por dia.
Um levantamento feito pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde em parceria com a
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da
Justiça, revela que cerca de 370 mil brasileiros de todas as idades usaram
regularmente crack e similares (pasta base, merla e óxi) nas capitais ao longo
de pelo menos seis meses em 2012.
Por "uso regular", foi
considerado um consumo de pelo menos 25 dias nos seis meses anteriores ao
estudo, de acordo com definição da Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Esse número de 370 mil pessoas
corresponde a 0,8% da população das capitais do país e a 35% dos consumidores
de drogas ilícitas nessas cidades. Além disso, 14% do total são crianças e
adolescentes, o que equivale a mais de 50 mil usuários.
O estudo foi realizado com 25 mil
pessoas de forma domiciliar e indireta, ou seja, cada indivíduo respondeu a
questões sobre suas redes sociais (familiares, amigos e colegas de trabalho
residentes no mesmo município) de forma geral e também especificamente sobre o
uso de crack e outras drogas.
O resultado, portanto, é uma
estimativa do que ocorre nas 26 capitais e no Distrito Federal – em outra
pesquisa da Fiocruz, por exemplo, feita de forma direta com 7 mil entrevistados
em 112 municípios (incluindo capitais e regiões metropolitanas) entre o fim de
2011 e junho de 2013, o total não passou de 48 mil usuários de crack e
similares.
Segundo os autores, a metodologia
indireta, chamada Network Scale-up Method (NSUM), permite que populações de
difícil acesso (como presos, hospitalizados, estudantes, militares, religiosos,
fugitivos e vítimas de catástrofes) também entrem nessa conta.
De acordo com o secretário da Senad,
Vitore Maximiano, essas duas pesquisas são as maiores já feitas sobre crack no
mundo, pelo número de entrevistados e pelo volume de dados gerados.
"Somando-se os dois estudos, são
32 mil questionários produzidos. Estamos investigando uma população oculta, que
tem dificuldade de revelar seu uso, suas prevalências, porque há a questão
criminal, a discriminação", destaca.
Maximiano diz que o usuário de crack,
conforme os resultados, é alguém que vive uma forte exclusão social, tem baixa
escolaridade e dificuldade de inserção no mercado de trabalho, com
predominância de indivíduos não brancos (80%) e em situação de rua.
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